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Serra dos Alves e o perigo iminente durante o período chuvoso

Cabeças dágua e enchentes são comuns nessa época e requer muito cuidado na região.


por Carlos - Instituto Bromélia



A falta de cuidados e informações adequadas podem trazer transtornos e risco eminente à vida dos visitantes, seja em nossa comunidade ou na região durante o período de chuvas. - aqui você vai encontrar dicas e alguns cuidados básicos para não correr este risco.


Cachoeira e Cânion dos Marques na enchente - Foto: Carlos @bichofolha


É sabido pela grande maioria dos amantes de cachoeiras, travessias e dos mais diversos atrativos naturais que envolve águas e corredeiras, é necessário um cuidado e atenção maior ao aventurar-se nesses locais quando o tempo está voltado para chuvas intensas.



O calor e o risco


Em tempos quentes é natural que os amantes da natureza busquem por atrativos naturais, como cachoeiras e rios para aliviar a sensação de calor. Porém esta época também vem acompanhada de muita chuva e tempestades que podem resultar em um dos maiores perigos que se pode encontrar nas regiões com fartura de água.


Isso ocorre na nossa região. Serra dos Alves está localizada na vertente leste da Cordilheira da Serra do Espinhaço, onde esta formação rochosa da vida à nascente do Rio Tanque, um dos maiores afluentes do Rio Doce, um dos maiores de Minas Gerais.


Costumamos dizer por aqui que a grande formação rochosa do Espinhaço, na nossa região, chamada também de Serra das Bandeirinhas, funciona como uma grande Caixa D’água pois, quando há muita chuva, seu solo rochoso impossibilita a infiltração da água resultando assim no surgimento de muitos córregos que vão desaguar nos afluentes do Rio Tanque, onde ficam alguns dos principais atrativos da nossa região: Cachoeira dos Borges (Nascente), Cachoeira do Bongue, Cachoeira dos Marques e Cachoeira da Boa Vista.


Além dos principais atrativos localizados no grande rio, outros ficam dentro de Cânions, áreas ainda mais perigosas pois impossibilitam qualquer ação de fuga e socorro no caso de surgimento das Cabeças D’água.


Cânion Boca da Serra - Foto: Carlos @bichofolha


Este fim de semana ficamos impressionados com a falta de responsabilidade de alguns visitantes e, também de empresas de turismo, que trazem constantemente visitantes por aqui sem a contratação de um Condutor Local, agente especializado na região que tem as informações e o conhecimento dos perigos, caminhos e condições ideais para a visitação.


Na tarde de terça-feira dia 15 de novembro, além de um grupo guiado por uma empresa de turismo, um casal se aventurou a visitar a Cachoeira dos Cristais, mesmo após o alerta de perigo dado por alguns moradores locais e também pelos agentes do Instituto Bromélia que não recomendaram a visitação.


Tal insistência acabou deixando os dois ilhados na outra margem do rio, onde voluntários locais, por mais uma vez tiveram que se arriscar na enchente para que os dois pudessem fazer a travessia do rio.


Dessa forma, pedimos a todos os nossos queridos visitantes mais sensibilidade e atenção aos informativos disponibilizados e, principalmente, respeito às orientações dos agentes locais da comunidade.


Confira a seguir algumas dicas:

 


1 - Quando e como fazer a visitação de cachoeiras?


Ser um turista responsável significa se informar sobre os atrativos antes de fazer a visitação. Na Serra dos Alves contamos com o Centro de Atendimento ao Turista e com cadastro de Condutores Ambientais devidamente treinados para conduzir o seu passeio com segurança e tranquilidade.


O verão não é uma estação ideal para visitação destes atrativos, mas sabemos que o calor e o sol intenso é mais que um convite para refrescar nas águas correntes e limpas da nossa região. Procure visitar os atrativos quando o céu estiver limpo e, a qualquer sinal de nuvens carregadas, principalmente nos altos de serra, saia imediatamente das margens do rio.



2 - Sinais da Enchente


Cachoeira e Cânion dos Marques na enchente - Foto: Carlos @bichofolha


Muito se fala que quando o rio recebe a Cabeça D’água é possível se ver galhos e folhas secas antes de acontecer.


Esta afirmativa nem sempre é uma regra. Por exemplo, na nossa região existe uma infinidade de afluentes do Rio Tanque e muitas vezes a chuva não ocorre exatamente na nossa região, mas sim na cabeceira, onde é quase impossível antecipar ou prever a enchente.


Por aqui qualquer um dos nativos ou condutores treinados sabem a coloração de nuvens carregadas, que muitas vezes se precipitam no alto de serra. Estas são as maiores responsáveis pelas enchentes e é preciso saber observa-las. A grande maioria também sabe e reconhece a movimentação dessas nuvens, que, dependendo da direção, afetam ou não o leito do rio.


Um dos cuidados preventivos é ao chegar no local, seja para banho ou visitação. Observe o nível da água, através das formações rochosas e até mesmo árvores ou vegetação. No caso de elevação e aumento do volume dessa água, saia imediatamente e procure um local seguro.


3 - Turismo responsável


Se você é daqueles que optam por entrar em uma van para conhecer atrativos em apenas um dia, vale a sugestão e o cuidado.


Se oriente com relação à empresa que você está contratando ou se dispôs a se aventurar com relação às credenciais do seu Condutor (é formado e licenciado?), se no valor que você paga está incluso os devidos Seguros e principalmente se têm real conhecimento da região.


Acredito ainda ser essencial o questionamento se a empresa contrata serviços locais principalmente no que se refere ao Condutor Local Credenciado. Não seja um turista que não traz benefícios a comunidade que você visita, seja aquele que contribui com o desenvolvimento local e respeita os valores comunitários.


Dessa forma você também deixa a sua viagem mais segura e confortável.

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